Mulheres e Agroecologia: uma solução para um mundo com mais sustentabilidade

Palestra da Instituição As Pensadoras irá abordar como essa união pode ser uma resposta para os problemas ambientais

A agroecologia refere-se ao estudo da agricultura de uma perspectiva ecológica e é defendida por muitos especialistas como a resposta para o aumento da devastação do meio ambiente e solução para o fim da fome. Resumindo seria o plantio respeitando a natureza e não a degradando. Uma palavra feminina em sua essência, a agroecologia foi e é o plantar, cuidar e colher de muitas mulheres. Enquanto uma ciência, abarca várias áreas de conhecimento, e suas pesquisas, estudos e aplicações buscam contribuir com a construção de estilos de agricultura de base ecológica e na elaboração de estratégias de desenvolvimento rural.

Diariamente mulheres em hortas, campos, laboratórios e universidades trabalham com a agroecologia. E desde antes, elas já eram parte integrante e essencial nesse sistema. A agroecologia e as mulheres são as chaves para um futuro justo, inclusivo e soberano, segundo a agricultora ecológica e engenheira agrônoma, Janete Rosane Fabro, que vai falou mais sobre esse tipo de agricultura sustentável na palestra ofertada pela Instituição As Pensadoras, na próxima semana.

Janete traz para a reflexão esse papel desempenhado pelas mulheres na agroecologia e na agricultura familiar, e questionar, por que há uma falta de destaque para pesquisadoras e mulheres agroecologistas? Onde está a contribuição delas no cenário brasileiro?

Partindo da ideia de que esse tipo de cultivo não é novo, já era adotado antes da Revolução Verde. Esse foi o período que consistiu na modernização da agricultura para uma escala global, incentivada pela incorporação de inovações tecnológicas na produção. A justificativa para essa mudança era acabar com a fome no mundo, mas mesmo aumentando em muito a produção de alimentos, ainda há muitas pessoas famintas no planeta.

A agricultura industrial trouxe vários impactos negativos, como a destruição do meio-ambiente, o esgotamento de solos, e entre eles está também a redução da diversidade de alimentos. Segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o mundo perdeu 75% da diversidade de cultivos em comparação ao século passado. Em muitos lugares, a produção de alimentos ricos em micronutrientes importantes para os seres humanos foi sendo deixada de lado, em detrimento de cultivos mais lucrativos.

A agroecologia nos traz a expectativa de uma forma de agricultura capaz de propiciar a produção de alimentos, fibras e de preservação ambiental. Uma mudança de paradigma, bem diferente da agricultura com características de produção industrial, baseada no uso intensivo de capital, energia e recursos naturais não renováveis, o que a torna agressiva ao meio ambiente, excludente, vista socialmente e causadora de dependência econômica.

Juntas discutimos esse tema e como as mulheres são essenciais para a mudança tecnológica e cultural rumo à erradicação da fome, saúde e sustentabilidade com a agricultora ecológica Janete Rosane Fabro.

Palestrante

Janete Rosane Fabro é feminista e agricultora ecológica no município de Francisco Beltrão, no Paraná. Formou-se em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Também trabalha na assessoria à agroecologia da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (ASSESOAR). Representa a ASSESOAR na Rede Sementes da Agroecologia (ReSA) e no Núcleo Sudoeste da Rede Ecovida de Agroecologia.  Além de assessorar as famílias nos processos de certificação e produção agroecológica, e atuar na organização de grupos de mulheres para que possam acessar seus direitos e terem visibilidade da sua atuação como agricultoras. 

Fontes

O Joio e o Trigo

Embrapa

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