Você sabe quem foi Gloria Anzaldúa? E Lélia Gonzalez? Quem é a nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí? Quem foi Mary Wollstonecraft? E qual a importância delas no pensamento feminista? Se suas respostas foram mais “nãos” do que “sins”, te convidamos para se matricular nos minicursos da Escola As Pensadoras (aspensadoras@oficial): 1) Minicurso Oyèrónké Oyěwùmí e o conhecimento em Ifá; 2) Escrita Colonial de Gloria Anzaldúa e Lélia Gonzalez e 3) O feminismo liberal de Mary Wollstonecraft: precursora na reivindicação dos direitos das mulheres. A escola também irá ofertar o Workshop – Empreendedorismo social e tecnologia feminista, que apresentará conceitos e práticas relacionadas à economia feminista.
Os cursos de feminismo são uma opção mais curta e com preços mais acessíveis, e serão ofertados entre meados de junho e julho, com duração de 5h a 8h. Em todas as atividades, os participantes serão certificados, além de terem acesso liberado ao conteúdo por 12 meses na plataforma das pensadoras. Algumas aulas serão durante os dias de semana e outras aos sábados. Os encontros síncronos (ao vivo) serão realizados pelo Google Meet e Google Classroom.
Saibas mais sobre os minicursos e workshops no seguinte link: https://aspensadoras.com.br/conteudo/cursos/
Oyèrónké Oyěwùmí e o conhecimento em Ifá
O primeiro minicurso será ministrado pela professora e mestre Gisele Rose da Silva, e acontecerá nos dias 13, 15 e 17 de junho. As aulas serão entre 19h e 21h, nos dias de semana, e das 9h às 11h, no sábado, e terá carga horária total de 6h. Gisele irá trazer para suas aulas os estudos de corpo e gênero através das inquietações da socióloga nigeriana contemporânea de origem iorubá Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí, que defende como a estratificação de gênero em sua cultura iorubá é um legado colonial ocidental.
Abordando também o feminino dentro do Culto de Ifá, culto celebrado com o oráculo africano Ifá e que é realizado na religião iorubá. O minicurso pretende investigar o papel de gênero e do domínio masculino nesta venerável instituição, uma das maiores cerimônias iorubás. É por meio dessa celebração que o sujeito é iniciado nos segredos da religião, e ocupa um lugar importante na cultura, na vida e na imaginação das pessoas.
A professora Gisele Rose da Silva é mestre em Relações Étnico-Raciais e professora de Filosofia na Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ). Além de ser graduada em Filosofia, também é pós-graduada em Gestão Escolar – Administração, Supervisão, Orientação e Inspeção.
Escrita Decolonial de Gloria Anzaldúa e Lélia Gonzalez
A professora e doutora, Susana de Castro, abordará em seu curso o estilo de escrita não-acadêmica, livre, direta, sentimental, imediata e criativa das autoras e feministas decoloniais Gloria Anzaldúa e Lélia Gonzalez. Os encontros acontecerão no dia 22 de junho, das 18h às 20h30, e no dia 24 de junho, das 8h30 às 11h. A capacitação terá carga horária total de 8 horas.
Por meio de quatro textos de Glória Anzaldúa – escritora e ativista feminista nascida na fronteira dos EUA e México – publicados no livro A Vulva é uma ferida aberta & outros ensaios. A aula irá abordar o que Glória diz sobre sua escrita, como ela escreve misturando gêneros (prosa, poesia, ensaio, carta), seus conceitos (consciência mestiça, mundo canhoto) e influências (Rosario Castelhano, Jung e outros).
Já sobre Lélia Gonzalez, Susana irá expor que apesar de sua formação acadêmica, sua escrita não é carregada de academicismo, ao contrário são dotados de uma linguagem clara, direta, e por vezes até coloquial. Como exemplo, a professora traz o texto Intervenções, presente no livro Por um feminismo Afrolatinoamericano da Lélia Gonzalez.
A ministrante das aulas, a professora Susana de Castro Amaral Vieira, é pós doutora em Filosofia pela CUNY Graduate Center, dos Estados Unidos, doutora na mesma temática pela Ludwig Maximilian Universität München, da Alemanha. Sua graduação e mestrado foram também em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professora titular do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-graduação em Filosofia.
O feminismo liberal de Mary Wollstonecraft: precursora na reivindicação dos direitos das mulheres
Serão seis horas de aulas ministrada pela professora e doutora Anadir dos Reis Miranda, nos dias 04, 06 e 08 de julho das 19h às 21h. Anadir irá apresentar o pensamento e a trajetória letrada da protofeminista inglesa Mary Wollstonecraft, autora da obra Reivindicação dos Direitos da Mulher (1792), considerada uma das precursoras na constituição do pensamento feminista liberal.
As aulas irão mostrar o lugar de Mary Wollstonecraft e sua obra na história dos feminismos, tido para muitos como um dos primeiros movimentos de reivindicação e igualdade de direitos para as mulheres. Seu livro foi e segue sendo usado em várias pesquisas sobre feminismo, sendo uma importante referência na área para entender o início da luta das mulheres, estudos que serão apresentados no minicurso. No Brasil, a autora foi traduzida por Nísia Floresta. Além de contar a história da própria Mary e das mulheres da sua época e quais eram os direitos reivindicados em seu livro.
A professora Anadir Miranda é graduada, mestra e doutora em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Realizou estágio de doutorado sanduíche na Inglaterra, junto à outhampton University e a Chawton House Library (biblioteca especializada em escritos de mulheres entre os séculos XVII e XIX). Também é especialista em Gênero e Sexualidade pela UERJ e possui vasta experiência como professora na Educação Básica e no Ensino Superior, tendo ministrado disciplinas e orientado pesquisas nas áreas da História Moderna, História das Mulheres, Estudos de Gênero, Feminismos, Teoria da História e Historiografia e Ensino de História.
Workshop – Empreendedorismo social e tecnologia feminista: teoria e prática
Ministradas pela professora e mestre Daniele Rehling Lopes, as aulas do workshop acontecerão no dia 25 e 29 de julho, das 19h às 21h30, com carga horária total de 5 horas. O objetivo geral é apresentar conceitos e aprofundar práticas relacionadas à economia feminista, com foco no empreendedorismo social e tecnologias feministas, adentrando em conceitos marxistas sobre o mundo do trabalho e discutindo o papel da formação da subjetividade das trabalhadoras e trabalhadores.
Por meio de texto teóricos e de autores que pesquisam sobre o universo do trabalho feminino, como Silvia Federici em seu livro O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. As participantes da oficina serão capazes de utilizar instrumentos de produção de diagnóstico socioambiental para empreendimentos sociais; além de analisar as características da economia solidária e de inovação social a partir dos pressupostos das teorias feministas, desenvolver habilidades de pesquisa científica para organização individual e coletiva, e identificar as potencialidades das capacidades socioemocionais para um projeto coletivo.
Daniele Rehling Lopes é doutoranda em Educação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestra em Educação e bacharel licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pelotas. Atuou como docente de sociologia no ensino regular e na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual de ensino do Mato Grosso do Sul, sendo também professora substituta no curso de Licenciatura em Educação do Campo – Ciências da Natureza e Matemática da UFSC.