Como o núcleo familiar imposto pela tradição colonial continua perpetuando valores racistas, sexistas e classistas? Por que esse modelo familiar é um dos principais locais para violência contra mulheres e crianças? Como esse formato propicia a exploração e alienação do sistema capitalista-extrativista? Será que práticas não monogâmicas e pluriparentais podem contribuir com a prevenção da violência sistêmica, da repressão sexual e o esgotamento psico-físico? Será que tem um papel na diluição dos gêneros e ampliação de modos de vida em comunidade? Como discutir, representar, criar outros modos de vida a partir de práticas pessoais, criativas, artísticas, intelectuais?
Neste módulo se abordam práticas artísticas e intelectuais interessadas em discutir estruturas familiares que se contrapõem ao modelo de família nuclear tradicional na sociedade ocidentalizada, entendido aqui como condicionante para discriminações de raça, classe, gênero e sexualidade; como produtor de repressão sexual-afetiva; como propiciador de violência contra mulheres, crianças e idosos; e invisibilizador do trabalho reprodutivo.
OBJETIVOS
Plano de Aulas
Aula 1
Colonialidade, gênero e raça na organização dos afetos
Estudo sobre cómo a empresa colonial patriarcal, sexista, racista e católica, estruturou uma forma de organização sócio-afetiva que privilegia a repressão sexual, a discriminação sexual-racial, a naturalização da objetificação/ desacralização do corpo racializado e a sacralização/perversão do corpo branco.
Aula 2
Família nuclear, patriarcado e propriedade privada
Estudo sobre as consequências sócio-afetivas do uso do gênero binário, da discriminação racial e da família nuclear branca para a instauração da sociedade de classes, a manutenção da propriedade privada, a justificação da empresa conquistadora, extrativista e invasora de territórios.
Aula 3
Desigualdade de gênero no trabalho reprodutivo: invisibilização e exploração dos trabalhos de cuidado.
Discussão sobre a divisão generificada do trabalho reprodutivo instalada pela colonialidade e pelo capitalismo, sua constante reinvenção, adaptação e romantização.
Aula 4:
Não-monogamias: revoluções na economia das relações românticas-sexuais
Estudo sobre noções gerais sobre o que se entende por não-monogamia e as implicações destes modelos sócio-afetivos na cisão na colonialidade patriarcal capitalista.
Aula 5
Descentralidade do amor romântico e da segurança emocional-econômica vinculada ao casamento nuclear
Discussão sobre a necessidade de descentralizar o amor romântico e da importância das multirreferêncialidade afetiva para o bem estar integral individual e coletivo.
Aula 6
Utopias Familiares: Pluriparentalidade, Sócio Afetividade e outros imaginários amorosos
Estudo de exemplos culturais, comunidades alternativas, legislações que permitem a pluriparentalidade como inspiração para imaginar outros arranjos possíveis da luta feminista pela reinvenção do corpo, do prazer e do bem estar das mulheres.
20 horas
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As Pensadoras: uma instituição que oferece formação, estudo e visibilidade do pensamento das mulheres.